Junho: um mês dedicado aos santos e a muitas tradições
Descubra um pouco mais sobre os santos juninos que caíram no gosto popular: São João, São Pedro e Santo Antônio.
Se São João soubesse
Quando era o seu dia
Descia do céu à terra
Com prazer e alegria
Quando era o seu dia
Descia do céu à terra
Com prazer e alegria
Aos pares, se movem os personagens da quadrilha: os noivos, o padre e a freira, o rei e a rainha do milho, os demais casais de matutos. A fogueira queima “em homenagem a SÃO JOÃO” – já diz a música. Os fogos, reza a lenda, são para acordar o santo, considerado como “festeiro”. Ele dorme em seu próprio dia (24 de junho), dizem, porque, se não o fizesse, não resistiria e desceria à terra.
Minha mãe quando é meu dia?
- Meu filho, já se passou!
- Numa festa tão bonita
Minha mãe não me acordou?
Acordai, João!
Acordai, João!
São João está dormindo
Não acorda, não!
SÃO JOÃO caiu no gosto do povo pelo entusiasmo e pela eloquência. Foi o principal profeta, o último a anunciar a vinda de Jesus. Desde aí se estreitou sua relação com os cristãos. Tanto foi que as festas do mês de junho se chamavam joaninas. A alcunha veio, provavelmente, de países católicos europeus, tendo sido cunhada ainda no século IV. Quando chegou ao Brasil, no entanto, passaram a ser chamadas de “juninas”.
Foto: Elpídio Júnior
Mais do que alterar o nome, os brasileiros incorporaram nas comemorações um tanto da cultura tupiniquim, principalmente com costumes dos negros e indígenas. O milho, a mandioca e o leite de coco são apenas alguns exemplos, sem falar no forró, o boi-bumbá e o tambor-de-crioula. Ademais, a festa de SÃO JOÃO ganhou contribuições de todo o mundo. A quadrilha foi a releitura que se fez das danças da burguesia francesa, com seus “alavantus” (em avant, tout) e “anarriês” (en arrière). Os fogos de artifício, por sua vez, vieram do outro lado do mundo, da China.
JOÃO BATISTA dos batizados nas águas do Jordão – hoje tantos brasileiros carregam seu nome. João das pregações. Sua cabeça em uma bandeja de prata: capricho de Salomé e seus mil encantos. Logo que nasceu João, conta-se que foi acesa uma fogueira e erguido um mastro para comunicar a Maria (Nossa Senhora) sobre a vinda do menino - daí os símbolos de sua festa. Fala-se ainda que protege os casais, tais quais aqueles que brincam a quadrilha.
Foto: Elpídio Júnior
Mais que SÃO JOÃO, o mês de junho tem outros personagens ilustres. Um deles é SANTO ANTÔNIO, ou ANTÔNIO DE PÁDUA, o preferido das moçoilas solteiras em busca de um par. A mística em torno do santo começou ainda em vida, quando ele era frei em Portugal. Já nesta época, ele era hábil em reconciliar casais. Depois de morto, o folclore permaneceu em forma de milagre.
Por isto tantas devotas não lhe poupam simpatias e orações. Algumas chegam a colocar sua imagem de cabeça para baixo ou “tirar” o menino Jesus de seus braços, com a ameaça de deixá-lo assim até que encontrem um companheiro. Além de sua vocação para os assuntos do coração, ANTÔNIO ajuda a encontrar objetos perdidos e é, também, padroeiro dos pobres. Trocou uma vida de luxo para se dedicar à religião, tendo servido na ordem dos franciscanos. Até hoje os devotos vão à igreja, em 13 de junho, pedir o pão de SANTO ANTÔNIO para garantir que não lhes falte o que comer.
Foto: Elpídio Júnior
Além de sua empatia com os mais necessitados, gostava de silêncio e da natureza. Certa vez, em Rimini, na Itália, não encontrou ninguém a quem pregar. Com isso, foi falar com os peixes, que logo ouviram-no. Curiosas, as pessoas então pararam para saber o que tinha a dizer aquele rapaz.
O outro dos santos de junho é SÃO PEDRO, protetor das viúvas e dos pescadores. Por isso os homens do mar organizam procissões em homenagem a ele. SÃO PEDRO foi ainda um grande discípulo dos ensinamentos de Jesus. Foi a ele que o messias dos cristãos confiou a direção da Igreja, o que o tornou querido entre os religiosos.
Foto: Elpídio Júnior
Hoje, conta-se que é o guardião das portas do Paraíso. Sua festa é comemorada em 29 de junho, marcando o final das festas juninas. Seguindo a tradição, é nesta data em que é roubado o mastro de SÃO JOÃO. Ele será erguido somente no ano seguinte, quando recomeçam as festas. E depois de tantos alavantus e anarriês, os matutos vão seguindo o caminho da roça.
FONTE:
CEIÇA DA HUMANIDADE & ANJOS
Taróloga e Terapeuta Holística